quarta-feira, 30 de junho de 2010

TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE


TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE


A tecnologia digital trouxe para o mercado fotográfico um universo de ferramentas de manipulação de imagens com recursos extraordinários, quando comparados com o que tínhamos para trabalhar com as imagens dos filmes fotográficos. Poucos profissionais podiam fazer composições de fotos, ainda que extremamente simples e sem qualquer efeito, projetando diferentes imagens num mesmo papel fotográfico.

Isso era feito manualmente em ampliadores ou por meio de máquinas com recursos mecânicos para fazer projeções. Hoje, os softwares de manipulação de imagens colocam nas mãos de qualquer um recursos digitais extraordinários, podendo fazer composições com as fotos digitais e uma infinidade de efeitos.

Essa facilidade em manipular as imagens de qualquer maneira é um benefício indiscutível, no entanto, é uma faca de dois gumes, pois se de um lado é muito fácil de usar, do outro exige que saibamos utilizar esses recursos para podermos criar algo belo e estético. Não adianta nada sair aplicando efeitos de qualquer maneira no photoshop, apenas porque os conhece e quer utilizá-los.

O resultado pode ser um amontoado de efeitos sem criatividade, estética e estilo. A tecnologia é apenas uma ferramenta para ser utilizada por quem tem condições de criar. Com essas ferramentas fazemos os serviços digitais ou fotoprodutos, mas o mesmo produto pode ser feito com qualidade artística e design diferentes. Os serviços digitais ou fotoprodutos precisam ter design, estilo, estética, enfim, qualidade artística.

Como o fotógrafo tem uma qualidade artística que o diferencia dos demais, a manipulação digital deve ter também uma qualidade artística. A composição digital de imagens não é uma atividade técnica, é artística. Apesar de essa conclusão ser evidente, a grande maioria parece desconhecer, deixando que seus serviços digitais sejam feitos sem esse cuidado.

VENDER COM ESTILO

Uma característica da época em que vivemos é de que o design tem sido um modo de agregar valor aos produtos. O design dos produtos está sendo valorizado em todos os mercados e vem sendo um recurso comercial importantíssimo para o sucesso de vendas. No mercado fotográfico não é diferente, ainda mais agora que há recursos técnicos para criar produtos com as fotos dos clientes. O design de produto tem a qualidade de despertar o desejo nas pessoas.

Escolhemos roupas, carros, óculos, etc., pelo desejo despertado por meio do design. Numa comparação simplória, podemos dizer que nos atinge do mesmo modo que o cheiro de uma comida desperta a vontade de comer. Assim como o cheiro, o design de um produto será atraente para alguns e para outros não.

O fato de um design de um produto não atingir igualmente qualquer pessoa faz com que esse produto seja do interesse de uma faixa do mercado. Chegamos a uma conclusão importantíssima: a qualidade e o estilo do design de um produto determinam quem vai comprá-lo. A qualidade das nossas criações vai determinar o tipo de consumidor, se você quer vender para uma determinada classe social terá que saber produzir com um design no estilo dessa classe.

É muito simples, você vende para quem gosta do seu serviço. Se não temos qualidade e estilo em nossas criações, teremos grandes dificuldades para despertar o desejo em nossos clientes e vamos acabar vendendo apenas para quem não vê valor no nosso trabalho. No final, vamos dizer que não conseguimos agregar valor aos serviços digitais. Em todos os mercados, a criatividade no design dos produtos tem sido um grande recurso para agregar valor, pois explora exatamente essa mecânica de despertar o desejo do consumidor.

Não há como escapar. Se queremos ter sucesso, precisamos investir na melhoria da criatividade para despertar o desejo pelos nossos produtos. “Os serviços digitais ou foto produtos precisam ter design, estilo, estética, enfim, qualidade artística”

WILIAM BITAR é físico e consultor em imagem digital wiliam@photolab.com.br
FONTE – Revista FHOX – maio 2008 – Nº 119 – Ano XIX – pág.56

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Maior número de megapixels não significa qualidade

É comum a gente ver pessoas comentando que uma câmera é melhor que outra, simplesmente por ter um maior número em megapixels, o que não é verdade.

Existe um grande marketing por parte dos fabricantes com relação a isso, fazendo com que as pessoas acreditarem que mais e mais megapixels, é possível obter mais qualidade, e câmeras com número de megapixels inferior, estarão sendo colocadas como coisa do passado.

Podemos afirmar claramente, que uma câmera com 8 megapixels por exemplo, pode não possuir uma qualidade tão superior à uma com 5 megapixels.

Para capturar uma imagem, uma câmera digital baseia-se em um sensor, que é um conjunto de fotocélulas que possuem a capacidade de captação de luz. Um sensor de 8 megapixels por exemplo, possui 8 milhões de fotocélulas.

Para ficar mais claro o conceito, imaginemos que um sensor com 5 megapixels tivesse 5cm² de área. Logo, 1 (um) megapixel estaria ocupando 1cm² de área. Se tivermos um sensor com 5cm² de área e 8 milhões de fotocélulas, teríamos que ter um agrupamento de fotocélulas com diâmetros inferiores aos de um sensor com 5 milhões de fotocélulas, para que todas elas possam caber em um mesmo espaço. O problema maior, é que fotocélulas de tamanho inferior captam menos luz e consequentemente piora a relação sinal / ruído.

Até algum tempo atrás, câmeras com 1 ou 2 megapixels possuiam sensores de pequenos tamanhos, e conforme o número de fotocélulas foi aumentando, os sensores tiveram seus tamanhos aumentados, se tornando um problema, pois uma câmera tem suas dimensões máximas. A primeira solução foi diminuir o tamanho das fotocélulas para que coubessem em um determinado espaço limitante, e com isso, o usuário saiu perdendo em qualidade na fotos obtidas com alto número de megapixels.

O que deverá acontecer em um futuro próximo, serão novas soluções para este problema, como novos tipos de sensores e chips. Contudo, tome cuidado para não ser enganado pela quantidade de megapixels que uma câmera oferece.

Pesquise e avalie cada câmera antes de adquirir uma. Uma boa fonte de informação e com a possibilidade de realização de comparações on-line, é o site Digital Photography Review (DPreview).


Clécio Mayrink