segunda-feira, 31 de maio de 2010

Linha Nikonos e sua História

Linha Nikonos e sua História

A linha Nikonos foi lançada em grande escala em 1963 pela Nippon Kogaku K.K., atualmente conhecida como Nikon Corporation.

A original Calypso (1961), era uma câmera resistente a pressão da água, para até 50 metros de profundidade e desenhada pelo antigo fabricante de equipamentos de mergulho, La Spirotechnique, na França, para ser utilizada pelos mergulhadores na época.

O nome Calypso foi diretamente associado ao nome do pesquisador Jaques-Yves-Cousteau, ex-capitão da marinha francesa e inventor do aqualung, famoso também. por ter criado o filme científico "O Mundo do Silêncio" (Le Monde du Silence), onde apareciam diversas imagens submarinas nas Ilhas Gregas.

Em alguns locais da Europa era conhecido também como "Calypso / Nikkor".

A idéia inicialmente surgiu da La Spirotechnique, onde esta, fechou um acordo com a Nippon, para a produção e venda em todo o mundo.

Mecanismo Único

Porque a Nippon Kogaku aceitaria um acordo com a La Spirotechnique ?

"Calypso" foi considerada uma câmera diferente, daria um bom marketing para as duas empresas, mais também, poderiam trazer grades risco para a Nippon Kogaku.

Sendo uma câmera de uso profissional (para a época), a Nippon Kogaku expandiu a fabricação para as câmeras de formato 35mm (135) SLR.

Foram feitos testes com a Nikon F, Nikorex 35 (1960) e Nikorex F (1962), e até mesmo com câmeras cine de 8mm, como a Nikorex 8 (1961).

Houve grande número de vendas o que tornou bastante atrativo para a Nippon, que por sua vez, aumentou a fabricação das câmeras submarinas. Na época só havia um simples mecanismo na câmera, que nada mais era do que um comando que acionava o disparador.

Em março de 1964, a Nippon pediu ao departamento de projetistas, para redesenhar e trazer melhorias a primeira câmera construída.

A evolução da linha Nikonos

Nikonos-I

Iniciada em 1965, a produção da linha Nikonos-I foi considerada como uma câmera popular, apesar de pouquíssimas pessoas terem um equipamentos desses na época.

Em 1970, sai a Nikonos-II, com poucas modificações em seu corpo.

Na época, esta câmera não trouxe benefícios, o que gerou uma queda nas vendas trazendo vários problemas para a Nippon Kogaku.

Em 1975, a Nikonos III é lançada com várias adaptações avançadas, como avanço do filme, alterações no viewfinder. Esta linha foi desenhada por M. Wouthers e foi bem sucedida. A câmera incorporou novas tecnologias e mudanças na construção do corpo da câmera.

A tecnologia Aperture-Priority (AE) também foi adicionada.

Nikonos IV-A, foi construída em 1980, sendo que este modelo foi logo substituído pela linha Nikonos-V (1984), devido a queixa dos fotógrafos, com relação a configuração de abertura x velocidade.

Anos após o lançamento da Nikonos-V, a Nikon lançou a Nikonos RS. Apesar da Nikonos-V não ser o último modelo, ela lidera o mercado em unidades vendidas da linha Nikonos, pois o modelo RS, tinha um custo muito alto e acabou tendo sua produção descontinuada.


Calypso (1961)


Nikonos-I


Nikonos-II


Nikonos-III


Nikonos-IV A


Nikonos-V


Nikonos RS

Clécio Mayrink

domingo, 23 de maio de 2010

CCD, RGB e Shutter Lag

Quanto tempo você pode pedir para um peixe esperar você fazer a foto ?

Com a constante adaptação do equipamento digital à fotosub, muitas vezes fica complicado entender o comportamento destes dispositivos a este novo meio ambiente porque mal sabemos seus princípios. Se fosse há pouco menos de 10 anos atrás estaríamos discutindo aqui emulsões de filmes, processos químicos de revelação para cromos, negativos ou P/Bs após uma sessão de fotografias com Nikonos ou SLRs em caixas estanques. Agora o que impera sem piedade é o digital, seja com máquinas compactas com caixinhas estanques a avançadas DSLR (SLR Digital) e até anfíbias digitais. Ou seja, temos que voltar a aprender ao menos um princípio básico para poder usá-lo com mais eficiência.

Hoje em dia, o processo de fazer cópias em papel (fotos) é o mesmo tanto para filme quanto para digital. Se você levar um filme a um minilab lá irão escaneá-lo para algum formato de arquivo TIFF, JPG, PSD (ou qualquer outro) e irá para uma impressora de alta capacidade resolutiva já com papel fotográfico. Mas se for com imagens de uma câmera digital, já estará no formato de arquivo de imagem sem precisar passar ao scanner; e irá muitas vezes diretamente para a impressora. Note que o que mudou já não é o "depois", e sim o "antes". Ou seja, a diferença que estamos lidando é que no caso do filme foi uma "captura química" em película que posteriormente foi convertido ao digital, e na máquina digital a captura foi diretamente para um cartão de memória.

Praticamente todos os princípios básicos da câmera digital, assim como das objetivas e da formação da imagem em seu interior, continuam sendo idênticos aos da fotografia convencional. A diferença é que na câmera digital a imagem não atinge uma emulsão fotossensível (filme) e sim um dispositivo eletrônico sensível à luz. Existem vários dispositivos (e muitos estão sendo criados ou melhorados), mas o mais comum é chamado de CCD*1 (Charge Coupled Device) ou Dispositivo de Carga Acoplada. Este dispositivo é responsável por interpretar os impulsos luminosos da imagem quanto à sua intensidade (luminância) e coloração (crominância). Estas informações são codificadas de forma digital e armazenadas numa memória temporária (buffer memory) e posteriormente enviadas para um dispositivo de armazenagem (memory stick,disquete, hard disk, ou outro) ou enviadas diretamente para um computador (ou qualquer outro tipo de mídia).

Quando fotografia propriamente dita foi inventada, se podia somente registrar imagens em preto e branco. A busca da cor foi um processo longo e árduo, e em vários casos, o fotógrafo coloria manualmente suas fotos ! Para isso, o bom fotógrafo era também um bom pintor. Uma inovação importante foi a descoberta de Maxwell's em 1860 de que fotos coloridas podiam ser formadas usando-se filtros vermelhos, azuis e verdes, e então projetadas sobre uma tela com três projetores diferentes, cada um equipado com o mesmo filtro de cor de acordo com sua imagem. Quando juntas, as três imagens formaram uma imagem de cor sólida. Nasce então o que estamos usando até hoje um padrão conhecido como RGB (Red / Blue / Green) *2.

No fundo, a câmera digital é parecida com uma máquina de filme 35mm, a diferença é a luz passa a sensibilizar o CCD, e não uma emulsão química que é o filme.

A maioria dos CCDs usam uma matriz RBG com filtros orgânicos sobre sua camada no padrão Bayer com 50% de verde, 25% de vermelho e 25% de azul formando cada unidade chamada fotosite que representa um pixel ao fazer a captura.

Após cada fotosite do CCD ser sensibilizado, há um processo chamado interpolação: Os canais RGB se misturam absorvendo uma determinada carga elétrica que passará a um conversor análogo-digital transformando em um número binário de potência de 2 que representará um produto dos valores de 0 a 255 com R (vermelho), G (verde) e B (azul) num total de 16 milhões de possibilidades.

O CCD envia até memória interna da câmera (chamada de buffer memory) essas informações, onde é transformada para algum formato (TIFF, JPEG, RAW) e transferida para o cartão de memória onde será armazenada. Algumas câmeras precisam esperar todo esse processo antes de tirar outra foto, outras tem um buffer memory de grande capacidade, e rápido o suficiente para liberar a câmera para uma próxima foto. Este tempo de demora de transferência que pode ser decisivo para o fotógrafo refazer sua foto em sequência chama-se Shutter Lag. É bem conhecido que câmeras digitais amadoras têm um shutter lag longo, e já as profissionais são equipadas de mais memória de buffer, mais processadores e tecnologia de maior condutância permitindo assim uma captura quase instantânea da cena.

Enfim, a fotosub é muito dinâmica, os seres marinhos muitas vezes são rápidos; e antes de adquirir um equipamento digital, conhecer os princípios da básicos formação de sua imagem e o tempo para refazer sua foto pode ser decisivo para transformar seu mergulho prazeroso numa decepção de lhe ter literalmente "escapado" aquela foto.

Afinal, quanto tempo você pode pedir para um peixe esperar você fazer a foto ?


1 O CCD captura a luz em pequenas partículas em sua superfície chamadas de fotosites; recebem este nome devido ao modo como a carga elétrica é lida após a exposição: Os fotosites absorvem a luz emitida em forma de carga elétrica. Cada descarga elétrica irá representar um pixel. As descargas elétricas formam filas, sendo a primeira fila transferida para um dispositivo de leitura. Aí o sinal é levado a um amplificador e daí para um conversor de análogo para digital.

Uma vez a fila tenha sido lida, sua carga elétrica no dispositivo de leitura é apagada e todas as filas se movem para a fila vazia. A próxima fila então entra no dispositivo de leitura. As descargas em cada fila estão "acopladas" aquelas da fila de cima de modos que quando se move, a próxima fila desce para preencher o vazio. Deste modo, cada fila pode ser lida, uma de cada vez, capturando a imagem de cima para baixo.

*2 Observe bem que o RGB são cores que se sobrepõe até formar a cor branca, e por isso são chamadas de cores aditivas.

Este princípio funciona tanto para as projeções de imagens quanto para captura.

Já na imagem no papel (foto) estamos lidando não com um fenômeno de projeção, mas de reflexão.

Neste caso, ao fazer a impressão em papel o padrão RGB é substituído pelo CMYK (Ciano, Magenta, Amarelo e o K como preto), onde as cores são subtrativas e a conjunção delas tende a chegar ao preto.

Digo "tende a chegar" pois não chega a ser um preto, mas uma tonalidade muito escura de marrom.


RGB


CMYK

Christian Sgarbi

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caixas Estanques para Fotografia Digital Croma / Seal Pro

Com mais de 25 anos no mercado, desenvolvendo e fabricando caixas estanques, a Croma / Seal Pro é sem dúvida, um excelente exemplo de uma empresa séria e respeitada no mercado nacional, no que diz respeito a área do mergulho amador como no mergulho profissional.

Durante todo esse tempo, milhares de caixas estanques foram fabricadas, onde no início, os modelos somente atendiam as necessidades das câmeras de filmagem. Hoje, diversos modelos de caixas são fabricados para filmagem, equipamentos especiais para plataformas, monitoração de mergulhos no campo profissional. Recentemente foi lançada uma nova linha de caixas para atender a grande demanda que o mercado vem tendo quanto a fotografia digital submarina.

A linha chama-se FD, é uma linha de caixas compactas e com design arrojado, tornando os modelos de caixas mais resistentes à impactos, além de serem leves e de fácil transporte. Esta linha reúne as características mais completas que uma caixa estanque deve possuir, trazendo toda a segurança durante o uso, permitindo a sua utilização em profundidades de até 60m, ultrapassando em 50% em média, a profundidade máxima operacional normalmente permitida pelas caixas estanques disponíveis no mercado.

Isto amplia a segurança quanto a utilização desta caixa pelo mergulhador, trazendo a vantagem de não ter que se preocupar com os limites de profundidade e resistência do equipamento, pois um mergulhador amador não ultrapassa esta profundidade.

Aliado a isso, as caixas fabricadas pela Croma / Seal Pro possuem a maior garantia do mercado. São 5 (cinco) anos de garantia contra defeitos de fabricação e todas a caixas são testandas previamente em uma câmara hiperbárica, trazendo a garantia de um produto apto à ser utilizado e testado.

Principais Características

  • Fácil operação
  • Commandos com fácil acesso
  • Peso reduzido - 450g em média
  • Flutuabilidade neutra
  • Visualização das imagens através do monitor da câmera
  • Profundidade máxima operacional de 60m
  • 5 (cinco) anos de garantia

A Croma / Seal Pro possui um extenso catálogo de câmeras fotográficas e de filmagem cadastradas. Independente disso, se a sua câmera é um modelo recentemente lançado, é possível desenvolver uma caixa especialmente para o layout de sua câmera.

Mais informações sobre as caixas estanques Croma / Seal Pro podem ser obtidas em um de seus revendedores ou diretamente na central de atendimento através do telefone (21) 3899-5539 ou pelo site www.sealpro.com.br .


Clécio Mayrink

domingo, 9 de maio de 2010

Ética e manipulação da imagem no fotojornalismo digital



Presidente Norte Americano Abraham Lincoln, imagem manipulada, 1860

FONTE: http://www.webartigos.com/articles/25318/1/tica-e-manipulao-da-imagem-no-fotojornalismo-digital-/pagina1.html
O fotojornalismo é caracterizado como sendo uma parte da fotografia na qual a informação é transmitida ao público por meio da imagem fotográfica, de maneira clara e objetiva. Por meio de tal ciência a fotografia é capaz de transmitir informações devido ao enquadramento utilizado pelo fotógrafo diante do fato. Assim, a imagem é fundamental aos meios de comunicação por servir como complemento para os textos das matérias jornalísticas.

A fotografia jornalística é dividida em gêneros. Dentre esses, destaca-se a fotografia social (com imagens sobre política, economia e acontecimentos gerais), a fotografia esportiva (que deve conter várias informações), a fotografia cultural (que chama atenção para a notícia em destaque) e a fotografia policial (relacionada a imagens de combate, repressão policial, crimes, mortes).

Existe uma polêmica em relação à fotografia gerada em torno dos conceitos de tratamento e manipulação de imagem que, geralmente, são confundidos. O tratamento de uma fotografia consiste em melhorar a qualidade da imagem por meio da tecnologia, a qual permite que pontos escuros sejam clareados, alterar a saturação das cores e fazer mudanças no brilho. Porém, o conteúdo não é modificado, isto é, a mensagem transmitida pela imagem não é alterada. Já a manipulação consiste em interferir na realidade dos fatos, em que elementos podem ser acrescentados ou excluídos fazendo com que o real vire ficção ou uma ficção vire realidade. No fotojornalismo, a manipulação de imagem é condenável no ponto de vista da ética, justamente por distorcer a realidade e não apresentar todos os fatos em precisão.

A manipulação da imagem ocorre antes da era digital, com a alteração dos negativos das máquinas analógicas. Com a tecnologia digital, a percepção da manipulação da imagem torna-se mais complicada, justamente por não existir os negativos e, conseqüentemente, provar as alterações na imagem é mais difícil. "Até mesmo a questão da propriedade intelectual e a questão do controle econômico sobre a imagem digital se tornam problemáticas, pois não existem negativos" (SOUSA, Jorge Pedro. História Crítica do Fotojornalismo Ocidental, 2000, p. 216).

O livro Les commissariat aux archives – Les photos qui falsifient l´histoire (O Comissário para Arquivos - Imagens que falsificaram a história), do jornalista e escritor Alain Jaubert, retrata que muitos políticos utilizaram a manipulação fotográfica para omitir dados sobre a realidade social e política do país que governavam e assumirem posição de dominação perante a população. "O personagem que aparece ao fundo é Tibor Samuelli, enviado especial do governo revolucionário húngaro de Bela Kun, que foi à Moscou pedir ajuda ao jovem poder soviético. Para eliminar qualquer alusão a uma possível internacionalização da revolução bolchevique, o estrangeiro foi apagado da fotografia, para conferir maior poder a Lênin", afirmou o jornalista em seu livro publicado no ano de 1984, p.19.

No jornalismo é comum à manipulação de imagens, mesmo que tal ação contradiga o Código de Ética do Jornalismo, como forma de omitir uma informação que chocaria a população ou para fazer sensacionalismo e resultar em maiores vendas nos veículos impressos. "Sim, até as fotografias mentem. Basta haver um mentiroso atrás da câmara fotográfica. E uma mentira jornalística, no Líbano como por cá, pode ser mais letal que um bombardeamento", retratou o jornalista do Jornal de Notícias Manuel António Pina em relação à manipulação digital das fotografias referentes ao bombardeamento de Beirute pela Força Aérea de Israel.

No Brasil os métodos de controle dos processos de manipulação de imagem ainda são menos eficazes que no exterior. Para evitar a alteração parcial ou total do conteúdo da matéria ocasionado pelas imagens digitais, jornais como "O Globo e Folha de S. Paulo", elaboraram normas de edição interna que previna tais acontecimentos. "Em geral, a Folha não usa montagens fotográficas, fotos recortadas, invertidas, retocadas, ovais ou redondas" (MANUAL DA FOLHA DE S. PAULO. 8a edição).

No ponto de vista da Ética do Jornalismo, a manipulação da imagem é inaceitável, pois ao se alterar uma fotografia o jornalista não está fornecendo todos dados à população, ou seja, não exerce seu papel de difusor da verdade. Porém, com a influência do sistema capitalista nos meios de comunicação de massa, tal processo ocorre com freqüência, pois os proprietários dos veículos de comunicação dão prioridade aos lucros gerados com as vendas de uma imagem manipulada ao priorizarem um jornalismo ético e verdadeiro.

TEXTO: (Mariana Tannous Dias Batista)