Em 1892, Louis Boutan teve uma idéia que o levaria à sua grande criação: a fotografia submarina. Era uma idéia atrevida, onde as fotografias faziam-se ainda em chapas de vidro com emulsões húmidas de colódio. Boutan comprou uma máquina fotográfica "Detective" e uma caixa de foco fixo, que delineava os objectos a três metros ou mais de distância das lentes. Lembrou-se então que a focagem debaixo de água seria impossível. Adaptou-lhe um comando externo e uma alavanca que abria e fechava o obturador. Concebeu uma caixa de cobre, à prova de água, com três janelas, duas para observação e uma para as lentes. Tendo a noção de que a 10 metros de profundidade, a pressão da água poderia esmagar a caixa, pressurizou-a por meio de um engenhoso dispositivo. Realizou os primeiros mergulhos fotográficos em 1893. Escreveu nos Arquivos de Zoologia Geral e Experimental: Esse aparelho não era muito prático. Concebeu a sua lâmpada fotográfica e levou-a para as profundidades verdes da baía de Barter. Foi o primeiro homem a pasmar com as cores maravilhosas das "paisages du silence". Com o auxílio de um certo senhor Deloncle, director de uma importante fábrica de material óptico, construiu um novo sistema. Depois de algumas experiências, conseguiu de noite, a 50 metros de profundidade, uma fotografia bem nítida dos dizeres, "Photographie sous-marine". Regressou a Paris e nunca mais fotografou. Porém, fotografara a uma profundidade que não seria ultrapassada durante quarenta anos. Ao terminar as suas experiências declarou: "Abri um novo campo de atividade. Os outros que o sigam, desvendando novos caminhos e atingindo novos objetivos."` |
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Marcelo Krause
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