segunda-feira, 20 de julho de 2009

J. R. Duran



Em entrevistas, JR Duran já chegou a dizer que começou a fotografar para "chegar perto das meninas bonitas". Hoje, com mais de 25 anos de carreira, podemos dizer que ele conseguiu. Acompanhe a breve entrevista.

Quais os fotógrafos que fazem sua cabeça?
Fotógrafos que têm historia: Diane Arbus, Richard Avedon, Helmut Newton, Cecil Beaton, Robert Capa, Man Ray. Mas não são só os fotógrafos que deveriam ser importantes na vida de um fotógrafo. Os pintores, escritores, compositores, cineastas, roteristas, músicos, letristas, cientistas, visionários e todos os que contribuam para expandir a criatividade e a imaginação. Estas, sim, são a matéria-prima de um fotógrafo.

Você trabalha com moda desde o início da carreira?
Sempre me fascinou fotografar gente. A moda é um lugar repleto de gente e de sonhos. Um lugar ideal para exercitar a criação fotográfica.

Existe alguma coisa que você ainda não fez, com fotografia de moda?
Tudo. A moda não cansa.

Na temporada de verão 2006 do SPFW, você desfilou para Ricardo Almeida. Você gosta de comprar roupa?
O desfile tinha a proposta de mostrar homens de estilos diferentes. O fato de achar a moda fascinante e de poder dizer que "fashion is my profession" não significa que eu tenha de saltitar de tendência em tendência. Compro roupa, claro, mas não sou um fashion victim.

A Ellus usou Fernanda Torres em sua última campanha e a Arezzo vai usar Claudia Raia para a próxima. Existe uma diferença entre clicar uma atriz e uma modelo?
Depende da atriz, depende da modelo. Acho que, hoje em dia, a diferença está o número de agentes, secretárias, familiares e etc, que as acompanham.

Você fez vários editoriais, campanhas e capas de revista com a Luana Piovani, além de ela ser capa de um dos seus livros. A que se deve essa “parceria” e como foi que ela começou?
Acho que é natural que um fotógrafo se entenda melhor com uma modelo do que com outras. Com a Luana aconteceu uma empatia a partir do primeiro trabalho.

Qual foi o trabalho de moda mais difícil que você fez?
A primeira vez é sempre a mais difícil: a primeira vez que trabalhei para a Vogue Brasil, a primeira vez que trabalhei para a Harpers Bazaar, a primeira vez que trabalhei para a ELLE France. As primeiras vezes são sempre as decisivas e as que fazem aumentar a minha gastrite.

O que você fez recentemente, que destacaria?
Tem a capa e o editorial com a Alessandra Ambrósio, na Elle de janeiro. Tem também um editorial de quatro páginas com a espetacular Izabel Goulart para a revista Vogue RG e outro editorial de dez páginas, mais a capa, também com ela para a revista Wish. A capa da revista Daslu, feita inteiramente em Portugal e os editoriais na mesma revista, que devem fazer um total de aproximadamente quarenta páginas. Tem também o catálogo das peças publicitárias da próxima coleção de Outono/Inverno da C&A.

Além dos trabalhos comerciais, você desenvolve projetos pessoais? Fale um pouco sobre eles.
Todos os trabalhos, para mim, são pessoais na medida em que tenho de dar o máximo de mim. Os comercias podem, às vezes, oscilar porque dependem de terceiros. Se você olhar os contatos dos meus arquivos verá que o olhar é o mesmo. O que muda é a produção, a edição, essas coisas. A revista Freeze, os livros de fotografia, as exposições têm um olhar mais direto porque não tem outros interesses envolvidos. Ao mesmo tempo tenho um lado escritor. Tenho uma coluna na revista Trip e agora lancei meu segundo romance, Santos, durante a bienal do livro.

Como você avalia a atual fotografia de moda no Brasil?
Acho boa, mas poderia ser melhor.


Adelaide Ivánova

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