quinta-feira, 9 de julho de 2009

Análise das câmeras digitais mais populares

Reviramos as funções de cinco câmeras de marcas diferentes. Confira os prós e contras de cada uma
Apesar da popularidade das câmeras em celulares, as digitais compactas ainda levam vantagem quando o assunto é versatilidade e qualidade de imagem. Não maiores que um maço de cigarros, elas são discretas, fáceis de usar e entram em qualquer bolso, podendo ser assim a companhia ideal para qualquer atividade formal ou informal, como passeios, reuniões de família, viagens de lazer ou de negócios e até mesmo baladas.
Sendo assim, passado mais de um ano, o Laboratório Digital volta a esse assunto e analisa algumas câmeras digitais compactas que você pode encontrar no mercado.

Os participantes

Devido à grande variedade de fabricantes e modelos de câmeras, preferimos nos concentrar nas principais marcas, e destas responderam ao nosso convite a Canon, com sua Powershot SD1200 IS, a Fujifilm com a FinePix J10, a Panasonic, com a Lumix FX56 e a estreante Samsung, com a PL50. Entre as empresas convidadas que não puderam participar - por estarem trocando de linha ou não terem equipamentos para avaliação - estão a Sony e a Olympus.
Se comparado com o teste do ano passado, o que pudemos notar é que apesar dos preços terem caído sensivelmente – na média em torno dos R$ 800 – a resolução do sensor parece ter se estabilizado na faixa dos 8 a 10 megapixels. Isso é um bom sinal de que o número de pontos da tela começa a perder importância na câmera dos sonhos dos consumidores em favor de recursos mais elaborados capazes de produzir melhores imagens.

Estabilização de imagem

Apesar de o mercado, de tempos em tempos, eleger um super recurso que parece até justificar a troca da sua câmera atual por uma mais nova – como sistema de foco por detecção de face e suas variações como sensor de sorrisos ou anti-piscada de olhos –, ainda achamos que um recurso que realmente mudou a vida dos fotógrafos para muito melhor foi o estabilizador de imagens. Esse, por sinal, é um dos poucos quesitos que colocamos no nosso convite, de modo que todos os participantes oferecem pelo menos esse recurso.
Ele é particularmente interessante em ambientes internos ou mal iluminados para uma câmera, como os interiores de casas ou situações onde não se deseja o efeito duro e chapado da luz de flash. Com o estabilizador é possível obter imagens com uma iluminação mais natural e bem mais de acordo com a visão do fotógrafo.
No geral, os fabricantes implementaram esse recurso por meio de duas técnicas diferentes: a mais simples é aumentando a sensibilidade do sensor de imagem (o chamado ISO boost), permitindo assim o uso de velocidades maiores. O grande problema dessa solução é que o resultado final pode ser uma imagem mais granulada, o que pode não ser do agrado de alguns usuários. De fato, o mesmo efeito pode ser obtido por câmeras “sem estabilização”, bastando apenas aumentar a sensibilidade ISO para 800 ou até 1.600. Entre as participantes, aquela que adotou essa solução é a J10 da Fuji. A Samsung adota um sistema batizado de DIS, o qual acreditamos ser algum tipo de ajuste por software, já que a imagem demora alguns segundos para ser processada e apresentada na tela. Outra solução mais elegante, porém mais complexa, é a chamada “lens shift”, na qual sensores montados na câmera identificam os movimentos involuntários do fotógrafo, corrigindo esse problema movimentando, em tempo real, um dos elementos ópticos da sua objetiva. Com isso é possível minimizar o efeito de tremedeira mantendo a exposição correta. Esse é o caso da Panasonic e da Canon.
De qualquer modo, vale a pena observar que a eficiência do estabilizador de imagem tem seus limites, de modo que o sistema não consegue compensar movimentos rápidos ou bruscos. A dica mais básica e ideal, no entanto, é que o fotógrafo procure segurar firme a câmera na hora de bater a foto.
Dos modelos analisados, apenas a Powershot SD1200 IS ainda vem equipada com um visor óptico, enquanto que nos outros modelos o enquadramento tem que ser feito pela tela LCD. As telas, aliás, também não variaram muito - 2,5” a 2,7” -, assim como sua resolução - 230 mil pontos. A exceção ficou por conta do modelo da Fuji com apenas 115 mil pontos. Isso não interfere na qualidade final da imagem, mas pode interferir na leitura das informações na tela.
A relação de aspecto dessas telinhas é o 4:3 - o mesmo das TVs de tubo -, que por sinal é o mesmo formato adotado por todas as câmeras, apesar da J10 também oferecer o formato 3:2 - a mesma dos fotogramas de filme 35 mm - e a Powershot e a PL50 oferecerem o formato 16:9, o mesmo das TVs LCD. A Lumix é a única a oferecer esses três formatos.

Opções de armazenamento

Uma tendência que começa a se consolidar nesse mercado é a padronização do formato de cartão de memória ao redor do padrão SD, além de suas variantes como o MMC e o SDHC. Mesmo empresas como Olympus e Fuji, que apoiam um padrão próprio, o xD Picture Card, agora também aceitam SD (caso do J10).
Como é comum nos modelos de entrada, alguns já vêm com um banco de memória interna, o que permite que o usuário possa bater algumas fotos sem ter adquirido um cartão de memória.
Nesse quesito, quem leva a melhor é a Lumix, que já vem com 50 MB de memória interna (mais 2 GB em SD), seguido pela Samsung PL50, com 30 MB de memória interna e nenhum cartão. A Canon Powershot não costuma vir com memória embutida, mas a Elgin inclui um cartão SD de 1 GB no seu pacote.
Em termos de conectividade com o PC, todos os fabricantes utilizam portas USB 2.0, mas o que não nos agradou muito é o fato das empresas equiparem seus modelos com conectores de desenho próprio. Se de um lado ganha o fabricante que utiliza apenas um conector, do outro perde o usuário que se vê obrigado a carregar um ou mais cabos na sua bagagem (e reze para não perdê-lo). Uma meia-solução honrosa foi encontrada pela Canon, que apesar de usar o mesmo conector para dados e vídeo, aceita também um cabo USB 2.0 mini padrão.

Baterias

Com relação às baterias, para ganhar em espaço todos os modelos analisados vieram com baterias recarregáveis de desenho proprietário, o que pode ser uma benção por não ter que gastar dinheiro com pilhas. Ou uma maldição caso você precise de uma reposição num momento qualquer. Com exceção do modelo da Samsung, que recarrega sua bateria dentro da câmera, recebendo energia via cabo USB vinda de um PC ou adaptador de rede elétrica, todos os modelos vieram equipados com carregadores tradicionais externos.
A vantagem da solução da Samsung está na sua simplicidade, mas ela também apresenta desvantagens, já que o usuário tem que parar de fotografar para recarregar sua bateria, ao contrário de outros modelos que podem fotografar com uma bateria e manter outra no carregador.
Vale a pena observar que tanto o modelo da Canon quanto da Panasonic também podem funcionar ligados na rede elétrica, mas tal acessório só é oferecido como um opcional.

Modos de cena

Essa talvez seja a área onde os fabricantes mais tentam inovar oferecendo ajustes pré-programados cada vez mais sofisticados e que procuram atender as necessidades mais imprevistas.
No geral, todos os modelos analisados possuem um ou mais modos para retratos, paisagens, cenas de ação/esportes, macro, cenários noturnos, fogos de artifício, por do sol, etc.
A J10 da Fuji, por exemplo, possui modos de cena específicos para fotografar documentos impressos ou ser usado dentro de museus. A Powershot tem um programa para crianças e animais, incluindo peixes em aquários. A Lumix também tem programas para mascotes - com opção de registrar seu nome e idade - e um modo que adiciona bordas decorativas nas fotos. Já a Samsung oferece um curioso modo “guia de enquadramento” que ajuda o usuário a tirar diversas fotos com o mesmo enquadramento, mesmo sem usar um tripé, além do chamado “beauty shot”, que retoca a pele de uma pessoa para parecer mais suave e bonita.

Nossas conclusões

Pela nossas análises, a Lumix FS6 da Panasonic (R$ 899) é o produto que oferece a melhor relação entre preço e desempenho. E por causa disso é a marca que receberá nossa Escolha do Olhar Digital. Apesar de ser um equipamento de 8 megapixels, ela vem equipada com uma lente DC Vario-Elmarit com a chancela da Leica, uma marca que realmente agrega valor ao produto. Fora isso, junto com a Canon a FS6 foi a que ofereceu o sistema de estabilização mais eficiente e a que já vem com mais memória já inclusa - 50 MB internos + um SD de 2 GB. A Canon Powershot seria uma séria candidata a bater a Lumix, mas ela sofre do mesmo problema de seu antecessor avaliado no ano passado: seu preço está bem acima da concorrência - R$ 1.299.
Para aqueles que ainda levam o número de megapixels como principal fator de decisão numa compra, nossa sugestão fica por conta da PL50 da Samsung - R$ 799 – que, apesar de ser nova no nosso mercado, apresenta uma solução muito interessante por um preço bastante agressivo como é costume da empresa. Seu grande atrativo estaria na abertura da sua objetiva zoom, que no modo grande angular chega até 28 mm - contra 33 mm da Lumix. Em contrapartida, seu sistema de estabilização de imagem não nos pareceu tão eficiente quanto o da Lumix, além de demandar uma considerável perda de tempo (ou time lag) entre duas fotos.

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