terça-feira, 1 de setembro de 2009

Preparando e fazendo manutenção de seu equipamento fotográfico

Neste capítulo os assuntos discutidos serão:

  • Como montar e ter cuidados com seu equipamento fotográfico antes e após os mergulhos, dicas para viagens curtas, longas, etc...
  • Funcionamento básico do sistema de vedação e boas dicas de como mantê-lo em bom estado;
  • Verificando os acessórios, baterias e carregadores;
  • Como testar e ter certeza que seu equipamento está pronto para fotografar.

Todos estes tópicos serão abordados de forma mútua. Embora este capítulo não pareça tão interessante como "Os Segredos da Composição" ou "Paisagens Submersas" são de extrema importância para não deixar que seu mergulho seja inundado por frustração além de água dentro de sua câmera !


Antes de começar a montar seu equipamento

Esta com certeza não é a melhor forma de lidar com seu equipamento fotográfico.

Biscoitos e torradas podem espalhar farelos que vão ficar aderidos nas graxas de silicone nos comandos e vedações da caixa estanque e as bebidas podem facilmente cair nos circuitos eletrônicos da câmera ou do flash quando estiverem abertos.

Por isso reserve lanche para os lugares longe de seu equipamento fotográfico !

Não entenda que você deva ser uma pessoa anti-social, principalmente com os interessados que o vêem atentamente nesta tarefa, mas recomendo que não se distraia com conversas também.

Normalmente são pequenas distrações que estragam seu dia (assim como seu equipamento).

Arrume bem o lugar e certifique-se que esteja limpo

Seja onde for; em casa, pousada ou no barco procure uma bancada e remova resíduos de alimentos ou poeira antes de manusear seu equipamento fotográfico.

Com um pano limpo e seco, passe sob a superfície da mesa e reserve a si mesmo um lugar tranquilo que merecerá toda sua atenção e sem distrações.

Tenha em mente que deverá estar concentrado nesta tarefa !



Comece pela câmera

Muitos mergulhos de fotografia dão errados porque simplesmente esquecemos de acionar alguma chave, comando, ajuste de foco ou até mesmo esquecendo de tirar a tampa da lente... Que muitas vezes não podem ser acessados pela caixa estanque para corrigir o problema debaixo d'água.

Todo equipamento antes de ser usado deve ser testado minuciosamente. Desde a colocação do cartão de mídia e verificação de seu sistema e certeza de ter baterias bem carregadas.

Assim, você estará se prevenindo de futuras frustrações !

Apesar de poucos fazerem isso, devemos ler o manual da câmera e testar seus recursos "on land" para depois nos sentirmos seguros e fotografar debaixo d'água.

Leia o manual antes !


Sony DSC W5 e cartão de mídia 512Mb


Qualquer equipamento de qualquer modelo de câmera têm ajustes específicos. Aqui a idéia é orientar quais os passos que devam ser seguidos e evitados para manter seu equipamento, transportá-lo acrescentar flashes externos.

Muitos ajustes são básicos de qualquer câmera e serão vistos em "Configurando seu Equipamento Fotográfico" mas cada câmera pode possuir ajustes interessantes que podem ser também utilizados. Assim, veja no manual do fabricante as características.

Coisas importantes para saber

Quando comecei a fotografar há alguns anos não existia equipamento digital. As câmeras eram em sua maioria anfíbias, usávamos filmes que tinham que ser revelados e poucas pessoas tinham conhecimento para passar sobre o assunto.

Hoje em dia, as câmeras são digitais, vendidas em lojas de shoppings e muitas vezes as caixas estanques dos fabricantes também. Você vê o resultado na hora sem precisar de revelar nada, mas por incrível que pareça, poucas pessoas nestas lojas têm conhecimento adequado para passar sobre o assunto quando se trata de fotografia subaquática.

O que está acontecendo agora é uma espécie de fusão. Usamos equipamentos com tecnologia digital mas adaptados tecnologia de filme como lentes conversoras, cabos, braços e flashes para estas câmeras. Este sistema híbrido precisará de manutenção de uso regular (feita por você) e anual (feita por especialistas). Algumas coisas você poderá fazer e outras estará no seu limite de compreensão.

Infelizmente, se algo der errado, o problema aparecerá logo durante seu mergulho, quando terá sua câmera ou seu flash alagado.

Tome cuidado com seu equipamento, trate-o com cuidado e se divertirá bastante.


O-rings

Ao se lidar com o equipamento de fotografia subaquática, o mais importante é ter em mente que o sistema de vedação esteja em bom estado e adequadamente preparado para o mergulho. Ironicamente, é o mal uso deste sistema de vedação que prejudicam as caixas estanques assim como as câmeras. Por isso, devemos ter extremo cuidado ao lidar com os anéis "O" ou o-rings tendo certeza que estão limpos sem poeiras, fios de cabelo ou até migalhas biscoitos e colocar com muito cuidado a graxa de silicone sem exageros.

Existem uma variedade de materiais que são constituídos os o-rings. Os de borracha por exemplo devem ser lubrificados somente com produto específico assim como os de silicone. Mas alguns tipos de o-rings são constituídos por um material auto-lubrificante chamado de viton, que neste caso não devem receber nenhum tipo de graxa.

Consulte as recomendações do fabricante de seu equipamento.

Este sistema de vedação não é exclusivo das câmeras e caixas para fotografia subaquática, pode ser visto nos demais equipamentos de mergulho como lanternas, computadores de descompressão, coletes, relógios e também no mundo a fora como em chuveiros elétricos, encanamentos, panelas de pressão e etc...

Esta água que entra no compartimento é água salgada, que carreia obviamente sal que cristaliza ao secar oxidando as partes metálicas do sistema ressecando o o-ring, formando uma espessa camada de salitre, além de entrar areia que adere no o-ring se houver excesso de graxa de silicone.

Repare que mesmo com o O-ring instalado entra uma quantidade de água no compartimento.

Assim, nos encaixes dos anéis devemos nos certificar que estejam limpos, para quando o o-ring deformar com a pressão, venha a vedar a passagem mantendo assim o compartimento seco.


Há sempre dois tipos de o-rings instalados nas caixas estanques

O-rings internos que vedam os comandos do equipamento como botões de ajustes de menu, liga/desliga, etc... E os fixos como as janelas (ou visores).

Este tipo de O-ring requer uma manutenção especial, anualmente em loja especializada. Para isso é importante a limpeza adequada após os mergulhos para garantir sobrevida destes.

Os o-rings externos são colocados todas as vezes que vamos mergulhar, deve se tomar extremo cuidado com eles; não esquecer de lubrificar e colocar todos adequadamente e exigem manutenção dedicada do fotógrafo, pois normalmente são os que causam alagamentos.

Dependendo da orientação do fabricante, você terá que fazer uma lubrificação constante dos o-rings internos.



O-rings internos fazendo a vedação dos botões e comandos.


O-rings externos são colocados todas as vezes que vamos usar o equipamento.

Enquanto os o-rings internos ficam embutidos dentro dos comandos da caixa, os o-rings externos ficam expostos a poeira e sujeira. Até mesmo a graxa que colocamos para lubrificá-los fazem com que a poeira ambiente no ar se prendam a estes fazendo um espessa camada que deve ser limpa.

Em casos extremos devemos lavá-los com sabão detergente líquido neutro e re-lubrificá-los, com cuidado para secar balançando ao ar. Aqui vemos o-rings que foram lavados e secos com uma toalha, mostrando como ficam filhas aderidas que podem ser responsáveis por alagamentos.

Mesmo limpando deve-se tomar cuidado com as fibras do cotonete e secagens com toalhas.

A idéia não é tentar assustá-lo, mas mostrar que devemos ser cuidadosos com o equipamento e ao colocar os o-rings externos, pois o silicone pode sujar partes de nosso equipamento e danificando os mecanismos eletrônicos.

Limpe bem as canaletas e verifique se fiapos de tolhas, cabelos e poeiras encontram-se nos assentamentos de encaixe do o-ring.

O que pode-se dizer é que provavelmente seu equipamento funcionará muito bem e não terá problemas em 99% das vezes que for utilizá-lo. Na realidade, os problemas que acontecem são mais devidos a falhas nossas como erros de manutenção ao montar o equipamento e esquecer de colocar o-rings.

Ao menos uma vez ao ano devemos mandar o equipamento para fazer a troca dos o-rings internos. Pode também ser um teste hidrostático em câmara de profundidade eu levar ao mar para mergulhar sem a câmera em seu interior.

Por experiência, se houver problemas de vedação nos o-rings externos estes irão falhar por volta dos 5 metros de profundidade e já haverá vazamento. Os o-rings internos podem resistir bem até os 10m de profundidade por algum tempo antes de começarem a vazar.

Um teste hidrostático adequado deverá se fazer em 5 metros, 10 metros, 15 metros chegando até 40 metros por 30 minutos no total.

Excesso de graxa de silicone também causa alagamentos. Use depois que o o-ring estiver limpo apenas o suficientes para manter a superfície brilhante.

Certifique-se que seu equipamento esteja em bom estado e revisado antes de prosseguir com os testes.

Cuidado com lubrificantes em seu equipamento

Há coisas que devemos manter a todo custo afastado de nossos equipamentos para fotografia subaquática e entre eles são lubrificantes, óleos e produtos que contém propeleno, pois amolecem e destroem os o-rings causando sua deterioração.

Com um cotonete umedecido por WD-40 ou similar pode-se lubrificar pequenos contatos eletrônicos que não sejam locais de assentamento de o-rings como pinos internos de entradas de cabo de flash, contatos ou bases de parafusos oxidáveis, evitando comandos ou canaletas da caixa estanque ou do flash

Se quiser dar vida longa ao seu equipamento, a primeira providência a tomar é imediatamente após seu mergulho enxaguar seu equipamento em um tanque de água doce. Mexa alguns comandos de tempos e tempos durante a imersão e deixe até o próximo mergulho se não for reajustar seu equipamento ou verificar as imagens obtidas

É interessante pedir a operadora de mergulho este suporte. Caso não te atendam, bom, sugiro que procure alguém que lhe atenda ou mude para um hobby mais barato.


Material imerso em água doce

Pilhas recarregáveis

Atualmente, o uso de pilhas recarregáveis tornou-se uma necessidade não só econômica, mas também de eficiência e duração; são mais rápidas para dar carga aos flashes e duram mais tanto em flashes como em câmeras.

Enquanto pilhas alcalinas comuns esgotam-se rapidamente em câmeras digitais exigindo o uso de recarregáveis, nos flashes elas desempenham além disso um outro benefício: Diminuem o tempo de reciclagem (recarga) do flash necessário para ele ficar pronto para um novo disparo.

Quando você liga o flash, seu circuito "suga" a energia das pilhas para seus acumuladores. Quando estão completamente recarregados, uma luz no flash (chamada de Ready) sinaliza que está pronto para o disparo. Dependendo da potência utilizada, após o disparo, os circuitos do flash irão sugar mais energia das pilhas e isso demorará um tempo. Quando este tempo de recarga dos acumuladores acabar o flash estará pronto novamente para outro disparo com a luz do Ready acesa. Este tempo chama-se de Ciclo de Recarga do Flash ou Tempo de Reciclagem.

Conforme o flash vai sendo disparado, este vai drenando a carga das pilhas até se esgotar. E quando as pilhas vão ficando cada vez mais fracas começa a aumentar este tempo de reciclagem, demorando mais para recarregar o flash.

Fazendo inspeção da carga

Com o tempo, as baterias recarregáveis com o uso começam a perder sua capacidade de recarga, assim é necessário testá-las antes de usá-las.

Normalmente as pilhas recarregáveis não atingem uma tensão maior que 1.34 volts em comparação com pilhas alcalinas normais com tensão de 1.46 volts.

Após recarregar as baterias é sensato verificar se estão realmente carregadas ou se seu uso excessivo já a desgastou.

Embora alguns fabricantes de flashes não recomendem o uso deste tipo de pilha, estas, são muito usadas devido a questão econômica de não comprar pilhas com frequência, tornando o tempo de reciclagem do flash mais curto e durarem muito mais.

Existem dois tipos de pilhas recarregáveis: Níquel-Cádmio (NiCd) e de Níquel-Metal Hidreto (NiMh). A principal diferença é que as de NiCd normalmente tem baixa amperagem (menores que 800mA), tem tempo de vida útil menor e devem ser descarregadas totalmente para poder serem novamente recarregadas senão perderam a capacidade de recarga (efeito memória). As de NiMh são exatamente o contrário.

Como vimos anteriormente, o sistema de fotografia subaquática é híbrido, usando câmeras digitais mas acessórias muitas vezes analógicos. Assim, alguns flashes mais antigos de equipamentos analógicos como os Nikon SB105, Sea&Sea YS60, YS90 e YS120 e Ikelite 50 e 100 podem não suportar pilhas com amperagens superiores a 1.000mA.

Mesmo flashes mais atualizados (verificar com o fabricante) podem ter sérios problemas com baterias de amperagens superiores a 2.200mA, pois alguns re-carregadores mais rápidos podem aumentar a tensão destas acima de 1.34V e durante a reciclagem muito rápida haverá um aquecimento dos circuitos, queimando o flash posteriormente

Como na câmera, devemos preparar o flash colocando as baterias e ao fechá-lo colocar a tampa com o-ring lubrificado devidamente na canaleta previamente limpa.

Após instalar as pilhas devemos e conectar cabo de sincronismo se houver devemos verificar se o flash está carregando com a luz do Ready acesa (Foto ao lado).

Atenção, o que mais é importante saber sobre os flashes:

Diferente das câmeras que existem no mercado os flashes na maioria das vezes são anfíbios e não encapsulados.Existem vários modelos de flashes, cada qual com sua potência, ajustes e controles automáticos de exposição.

O flash só dispara após estar carregado.

Ao ligá-lo ele demorará alguns segundos até acender a luz do Ready, pois estará colocando em seus acumuladores a energia necessária para o disparo.

É extremamente perigoso tentar abrir um flash, pois a carga em seus acumuladores poderão estar presentes e é suficiente para causar uma parada cardíaca.

Deixe a manutenção interna para a assistência técnica.

É extremamente perigoso abrir um flash mesmo após meses sem uso !


Flash Ikelite DS125 foi desenvolvida para uso em câmeras digitais.



Acessórios: Braços

São acessórios que permitem fixar o flash ao corpo da caixa formando o que chamamos de sistema fotográfico.

São constituídos na maioria das vezes de aço inoxidável com ligas de titânio ou de alumínio marinizado. São feitos para suportar infiltração e corrosão da água marinha.

Ao lado, um sistema fotográfico com com dois flashes.

Tanto para sistemas compactos quanto para os mais sofisticados as armações de braços para flashes são acessórios interessantes, pois permitem ajustar e posicionar o flash numa distância e ângulo desejados numa posição de forma a deixar mais confortável o mergulhador que está fotografando.

Não quero dizer que braços de flashes estritamente são essenciais.


Muitos fotógrafos profissionais acham até melhor ter um flash a mão em casos específicos como fotografia de paisagens, porque dão mais liberdade.

Mas para a fotografia macro algum tipo de suporte seria bem vindo principalmente para poder manter o equilíbrio sem danificar o meio ambiente com suas nadadeiras.


Sistema compacto digital com armação de braço da Sea & Sea.

Sistema TTL

Vamos agora falar um pouco de flash.

Em "Fundamentos Básicos da Fotografia Subaquática", fala-se sobre a importância dos flashes externos. Aqui vamos comentar um pouco de seu funcionamento:

Foi explicado como as baterias carregam os acumuladores do flash deixando prontos para o disparo.

Normalmente os flashes possuem seletores de potência e botões de liga / desliga. Os seletores de potência geralmente têm posições ½ (meia-potência), full (potência total) e TTL. Quando se utiliza a potência total (full) o flash descarrega totalmente seus acumuladores liberando a máxima luz que pode emitir. A meia-potência liberaria a metade da luz que o flash pode expor, mas o que seria o TTL ?

Entre a grande parte dos fotógrafos, TTL é assíncrono de Trough The Lens (através das lentes). Um mecanismo muito interessante em que o flash estaria de acordo com os ajustes da câmera e irá liberar apenas a quantidade necessária para a correta exposição do objeto, sem exageros (excesso) ou falta de luz. Esta eletrônica funciona da seguinte forma:

Um sensor que capta a quantidade de luz passando no interior da lente induz a descarga de luz até um determinado ponto em que envia um sinal ao flash dizendo "chega de luz", a luz então para de ser emitida pois chegou na quantidade certa. Este sistema que começou com câmeras analógicas funcionava com transistores, por isso também conhecido como Transistor-Transistor Logic .

Seja qual for a origem da palavra, o sistema TTL funciona mas com algumas limitações para fotografia subaquática, mas funciona.

Entretanto, muitos fotógrafos migraram para o sistema digital trazendo flashes do sistema analógico, que evidentemente não funcionam no sistema digital (sistema híbrido lembra ?). Existem atualmente os flashes digitais com sistemas deste tipo, mas flashes (mesmo os analógicos) são caros e você verá que pode trabalhar apenas com meia-potência e potência total com alguns truques que veremos em outras lições.

No momento, o que é importante saber, é como fazer com que a câmera acione o flash externo.

Estes flashes possuem seletores com além de função de potência e modo slave o modo TTL, que funcionará dependendo da câmera ou sensor utilizado.

Se a câmera não tiver a capacidade de passar informações TTL ou não houver um sensor / conversor TTL então provavelmente disparará em full se estiver nesta seleção.

Mecanismos de disparos de flash externo

Basicamente, há quatro formas de uma câmera fazer o disparo de um flash:

  • Usar cabo de sincronismo que conecte o flash diretamente em seus circuitos aos circuitos da câmera;
  • Usar o sensor "slave" do flash que capta a luz do flash embutido da câmera, e ao disparar e a luz ao chegar no outro flash, este é acionado;
  • Por meio de um cabo de fibra ótica, que capta a luz do flash embutido da câmera e transmite ao sensor slave do flash externo acionando-o;
  • Ter um sensor / conversor análogo-digital que transforma a luz do flash embutido da câmera em emissão eletrônica pelo cabo de sincronismo do flash.

Destas opções a primeira só para equipamentos sofisticados pois precisa de um conector embutido na caixa estanque que conecte-se diretamente a câmera por meio de entrada PC ou HotShue que não vem ao caso entrar em detalhes, mas não é comum em câmeras digitais compactas.

O sistema mais usado em câmeras compactas é por meio de sensor slave (com ou sem cabo de fibra ótica):

Há acoplado ao flash externo, um sensor que é sensível a luz de alta intensidade. Assim, ao pressionar o botão de disparo da câmera, irá disparar seu flash interno, a luz deste é refletida em direção ao flash externo. O sensor slave do flash externo por sua vez ao ser acionado dispara o flash o externo que irá iluminar o objeto na frente da câmera.

Para este sistema funcionar é necessário deixar ligado o flash interno da câmera e o flash externo quando ligado deverá estar com sua função slave ativada.


Flashe Ikelite na posição TTL

Sensor slave sem cabo e cabos de fibra ótica

Neste sistema ao lado, o flash possui um cabo em que na extremidade (seta) há um foto sensor slave que capta a luz do flash embutido da câmera (cord less).

A câmera dispara o flash e a luz atravessa a caixa de acrílico, passa por alguns centímetros de água e é captada pelo fotosensor; que por sua vez aciona o flash externo e o dispara.

É importante observar que estes sensores não funcionariam com caixas de alumínio por não serem transparentes.

O sistema de cabo de fibra ótica seria para flashes em que o sensor slave fica na frente do flash, como são nos flashes da Sea & Sea. Normalmente este tipo de sensor como não está direcionado para a câmera tende a falhar, neste caso usa-se um cabo de fibra ótica que se conecta na frente do flash com a outra extremidade adaptada na parte da frente da caixa estanque transparente (tapando inclusive sua iluminação para o meio a fim de evitar backscatter).

É importante saber que estes dois sistemas necessitam que o flash tenham o sensor slave e uma opção slave on em seus comandos.

Uma vez o flash na opção slave, ele irá disparar assim que seus sensores captarem alguma luz. Se estiver em meia-potência disparará meia-potência e se estiver em modo full disparará em potência total.


Cabo de fibra ótica Sea & Sea
Ao usar um cabo de sincronismo, uma das extremidades deverá estar conectada ao flash.

Repare que há um o-ring (em azul) que deverá estar também limpo e lubrificado para o encaixe.

A outra extremidade é conectada diretamente na caixa estanque nos casos de câmeras DSLR.

Mas nas câmeras compactas serão conectadas a um sensor slave como o fornecido pela Ikelite ou à um sensor análogo-digital.

Foto sensor análogo-digital

Talvez o sistema mais engenhoso seja este, para os flashes com ou principalmente para os que não possuem sensor slave.

Um circuito foto sensor análogo-digital é conectado na extremidade do cabo de sincronismo do flash. Este sensor é capaz de captar a luz do flash embutido da câmera e convertê-lo em voltagem que é passado aos circuitos eletrônicos do flash disparando-o e inclusive acionando o sistema TTL do flash mesmo que este seja para câmeras analógicas.

Note que existe também um o-ring na extremidade do cabo (seta) que também deve ser cuidadosamente lubrificado. Ao lado, a foto do sensor e cabo sendo colocados, abaixo, e a esquerda, o equipamento montado com flash e cabo de sincronismo ligado em sua extremidade adaptado na parte superior da caixa estanque.

Repare que na parte da frente da câmera há uma máscara preta para que a luz do flash da câmera não vá para frente.

Dicas para manutenção dos o-rings

  • Conte o número de o-rings externos existentes em seu sistema (caixa estanque, cabos de flash, sensores), faça uma lista destes itens e anote-os num papel;
  • Faça inspeção visual de cada o-ring. Com os dedos tire o excesso de graxa, poeira e fios de cabelo. Se estiverem muito sujos, lave-os com sabão líquido neutro em água corrente e re-lubrifique-os;
  • Comece instalando os o-rings da caixa da câmera e depois do flash para por último os o-rings de conexão de cabo.
  • Após cada mergulho lave o equipamento emergindo num tonel de água fazendo pressão no enxágue, jogando com as mãos o equipamento para baixo e para cima mergulhando-o no tonel seguidas vezes. Se não houver tonel com uma mangueira em pressão aperte o feixe junto aos comandos limpando-os.
  • Deixe de molho mexendo suavemente os comandos e apertando os botões.
  • Seque a caixa e flash, desmonte. Guarde os o-rings em um plástico.
  • Finalmente ao menos uma vez ao ano envie para manutenção.

Principalmente após o mergulho, ao desmontar seu equipamento, deve-se ter atenção na extremidade do cabo. Remova o o-ring e limpe bem a trilha da rosca com uma escova de fibras de cobre ou aço. Assim removerá o salitre presente.

Recomendo que não deixe o cabo do flash conectado, mesmo após lavado o equipamento em imersão, porque apó um tempo, o salitre retido endurecerá e fará uma soldadura na tarracha. Acredite, basta deixar pouco mais de 24h que logo precisará de um torneiro para remover o cabo de seu equipamento.

Se conseguiu entender tudo mostrado aqui, então, não tomará medidas extremas com seu equipamento.

É importante ter em mente que este tipo de ferramenta não é a melhor para lidar com seu equipamento fotográfico.

Seja então cuidadoso e delicado !

Use e carregue consigo sempre materiais apropriados para manutenção de seu equipamento.

Testes então seu flash verificando se o sistema está funcionando perfeitamente; ao pressionar o botão de disparo da câmera o flash externo deve ser acionado pelo sensor.

Previna-se de frustrações: Teste SEMPRE seu equipamento antes de mergulhar
Viagens com equipamento de fotografia subaquática

Se você for uma pessoa como eu, gostará de viajar para fazer fotografia subaquática. Conhecer novos lugares ou pontos de mergulho e até tentar fazer aquela foto melhor.

Posso dizer que existem dois tipos de viagens para fotografia: Aquela em que você pode ir e até voltar no mesmo dia e a viagem longa, que terá que ficar dias em hotel, pousada, ou no barco em live aboard.

Para quem tem lugares para mergulhar como eu que pode-se ir no mesmo dia e voltar viajando de carro ou barco por algumas horas meu procedimento é montar todo o equipamento de véspera. Transportar montado com algumas capas de neoprene (ou uma toalha) envolvendo as partes mais sensíveis do equipamento como a janela plana e domo; colocando-o dentro de um container.

Se sua viagem for mais longa como ter que pegar avião, ficar dias fora e até mesmo embarcado terá que levar em grande parte o equipamento desmontado mesmo.

Principalmente viagens de avião, deverá guardar seu equipamento sem o-rings externos, mesmo se dentro da aeronave contigo. Com certeza, no compartimento de bagagem a pressão negativa será muito maior e pode danificar até circuitos de equipamentos como o flash em caso de implosão da tampa. Por isso, NUNCA leve equipamento montado para um avião.

Infelizmente, não somente aqui no Brasil, mas lá fora, viajar com as caixas de transporte tipo Pelicam não são mais uma boa idéia. A maioria de pessoas mau intencionadas estão de olho neste material desde o aeroporto, onde os adesivos não deixam dúvidas em se tratar de equipamento ou acessório de mergulho. Já vi dezenas de casos de pessoas que tiveram seus equipamentos extraviados, violados e perdidos. Você acaba sendo obrigado a selecionar o que é de maior valor para carregá-lo em mãos.

Existem coisas que não poderemos deixar de levar como graxa de silicone e o-rings sobressalentes.

Dependendo do lugar, se não houver fonte de energia disponível 110V~220V como em alguns live aboards, levar pilhas alcalinas, mesmo não sendo recarregáveis, pode ser uma boa idéia.

Goste ou não, você como fotógrafo deverá inspecionar seu próprio equipamento e cuidar bem dele !




Christian Sgarbi

2 comentários:

  1. Mt bom o texto! completo. Agora terei mais cuidado com a minha caixa estanque.
    Abraços,Henrique

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  2. Excelente matéria. Já me tornei seguidor. Toddy Holland - www.toddyholland.com.br

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