quinta-feira, 27 de agosto de 2009

SÃO PAULO NADA FASHION WEEK. Ricardo Trida dá o tom do primeiro dia de desfiles da arena da Bienal

“Glamour é só para as modelos”, assim, o fotojornalista Ricardo Trida começa a destrinchar o caminho dos holofotes da moda no Brasil. A São Paulo Fashion Week na opinião dele é um evento que exige muita técnica, precisão e principalmente um olhar apurado nos movimentos da modelo. Quando se trata de Gisele Bündchen então, é melhor não piscar.


O trabalho no Diário do Grande ABC, o maior jornal regional do país, não é a credencial que o fotógrafo precisa para conquistar um lugar no PIT (tablado onde fotógrafos e cinegrafistas se posicionam para registrar os desfiles) da SPFW. Veículos de comunicação de várias partes do Brasil e do mundo prestigiam a criatividade dos estilistas brasileiros. Entrar na Bienal é só a primeira parte do trabalho, para acompanhar as coleções, o fotógrafo precisa de um novo cordão no pescoço.


“Em um evento como este posso dizer que 90% das pessoas vem para curtir, até mesmo entre os profissionais, apenas o restante, os outros 10% vem para trabalhar e dar duro mesmo”, destaca Trida.


Um fator interessante levantado pelo fotógrafo é que existe dois tipos de profissionais que acompanham os desfiles. Os fotojornalistas e os fotógrafos de moda. Entre eles os objetivos são bastante específicos. Os primeiros estão preocupados em clicar o inusitado, o diferente e no geral registram o evento como um todo. “Estamos atentos com a modelo, com os convidados, com o estilista, com o backstage, enfim, com tudo”. Já os fotógrafos de moda se concentram no estilo, no visual do penteado e estão sempre assessorados por uma repórter para conseguir o foco ideal da matéria. “É bem diferente um trabalho do outro é preciso ser especialista no assunto”, brinca.


Na noite do primeiro dia de desfiles do SPFW, Ricardo Trida acompanhou seis das sete grifes que passaram pelo evento, pois todos os esforços estavam concentradas na participação de Gisele Bündchen e do modelo Jesus Luz. Ambos comandariam o desfile da marca Colcci, a última a dominar a passarela.


“Não tem jeito, ou você acompanha todo o trabalho e vai se arriscando a ficar em lugares ruins, ou prioriza algumas marcas para conseguir o melhor lugar, neste caso específico foi preciso ter uma estratégia”, comenta o fotógrafo que foi equipado com uma escada para se posicionar melhor nos desfiles.


São cerca de 50 fotógrafos que dividem o espaço na arena da SPFW, mas nesta noite especial, Trida afirma que era possível ver uma multidão equipada com lentes, câmeras, tripés e filmadoras. “O número pode até dobrar”, espanta-se.


“A briga por espaço acontece. Já levei muita cotovelada, tripé na nuca e já tive que dar meu jeito para reservar meu espaço. Todo mundo quer ficar no melhor lugar. Ali não tem jeito, é briga de cachorro grande mesmo”, sobre o equipamento Ricardo faz segredo: “É anti-profissional eu ditar regras do que se deve levar ou não. Prefiro comentar que é importante simplesmente levar o amor pela fotografia. Ali você vai precisar”, analisa.


É o sexto ano que Ricardo Trida acompanha as novidades da moda no evento e quando questionado se existe glamour na cobertura deste evento ele inciste: “glamour só para modelos. Eu estou hoje cobrindo a SPFW amanhã estou à frente de um protesto de estudantes, depois estou na chuva na cobertura esportiva. Eu amo esta profissão”, finaliza.

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