terça-feira, 30 de junho de 2009

Dicas para tirar melhores fotografias digitais


Hoje em dia quase não se ouve falar em máquinas fotográficas analógicas, aquelas “de filme”. As máquinas digitais se expandiram, se tornaram populares, trazendo muitas vantagens. A fotografia em si ficou mais barata. Você pode bater quantas fotos quiser, ver na hora se ficaram boas ou não, e o melhor de tudo, quase sem custo – se comparado ao que você gastaria com uma câmera analógica.

Ao mesmo tempo que traz tanta praticidade e facilidades, as câmeras digitais têm diversas especificações, e há grandes diferenças entre os modelos e recursos. Iniciantes ficam confusos, ou se deixam iludir por alguns vendedores que prometem “milagres”. Para tirar boas fotos digitais é preciso entender alguns conceitos utilizados pelas câmeras, saber manuseá-las, e é claro, entendendo o que se está mandando fazer – sempre em busca de melhores imagens. Definitivamente, não basta apontar a câmera e clicar.




A decepção com fotos ruins pode ser muito grave, especialmente em momentos que nunca mais voltarão. A escolha da câmera certa para você pode não ser uma decisão fácil. Uma câmera inadequada aos seus objetivos lhe trará dores de cabeça, problemas e muita, mas muita decepção.

Profissionais da área sabem como lidar com as situações, mas os leigos, “fotógrafos amadores” ficam muitas vezes perdidos. Este texto lhe trará algumas orientações e considerações importantes para tirar melhores fotos, aproveitando ao máximo os recursos de sua câmera, e os momentos do seu dia-a-dia.

Sobre recursos das câmeras, e várias dicas

Variando muito de modelo para modelo, fabricante para fabricante, as câmeras digitais têm algumas propriedades e recursos que você deve conhecer e saber manuseá-los.

Para começar, você deve saber que existem vários tipos de câmeras, mas todas elas podem ser agrupadas em dois grupos basicamente: as compactas e populares, destinadas a todo tipo de usuário, e as profissionais, destinadas a fotógrafos que trabalham na área ou precisam de bons resultados impressos. A maioria das câmeras “pessoais”, digamos assim, têm recursos automatizados que lhe deixa despreocupado(a) quanto à abertura do diafragma, tempo de exposição, nível de ISO, etc – em contrapartida, quando você quer alterar algum valor avançado em busca de melhores fotos, em situações específicas, elas podem lhe deixar a ver navios, sem permitir que você altere alguns valores fundamentais. Nesse ponto as profissionais são mais complexas, porém, mais robustas e versáteis (nem precisa dizer que são também mais caras :p).

Uma das primeiras coisas a se observar é a lente da câmera. Por ela é que começa a fotografia, por ela é que “entra” a imagem. Câmeras com boas lentes normalmente são mais caras, mas há câmeras razoáveis a preços acessíveis. Fique atento ao número que representa a abertura mínima e máxima da lente, responsável pela luminosidade. Esse número normalmente vem indicado com a letra f, bem próximo à lente da câmera, por exemplo, f = 6.1.Quanto menor for esse valor, mais luminosa é a lente, ou seja: a câmera poderá oferecer imagens mais nítidas e brilhantes, sendo boas também em ambientes com pouca luz.

O foco pode ser ajustado nas câmeras mais profissionais com melhor precisão. Normalmente as câmeras amadoras e de uso geral possuem foco fixo automático, e apenas dois modos de focalização: para objetos próximos (cerca de 10 a 20 cm da lente) ou distantes, englobando de 20cm da lente até o infinito. Quase sempre o foco pode ser alterado mudando um botãozinho, um “jumper” na lateral da câmera. Não se esqueça de ver no manual do seu aparelho em qual posição é tal foco, pois bater fotos de paisagens ou coisas distantes da câmera com o foco ajustado para objetos próximos, ou vice versa, lhe trará resultados horrorosos.

O zoom é um recurso de aproximação da imagem, desejado e admirado por muitos – profissionais e amadores. É obrigatório a câmera ter zoom óptico se você quiser usar o recurso de zoom nas suas fotos – ignore o zoom digital. O zoom óptico é físico, envolve aproximação e afastamento das lentes. Ele aproxima a imagem analogicamente, sem perder a qualidade, antes de a imagem ser registrada pela câmera. Já o zoom digital é, como o nome diz, digital, processado digitalmente, pelo processador da câmera. Ele não passa de uma ampliação via software. Se for para usá-lo em fotos, prefira não utilizá-lo, e amplie sua imagem em algum programa gráfico (de preferência, usando o zoom bicúbico, que oferece melhor qualidade); o resultado da ampliação da imagem pronta num programa de computador poderá ser melhor do que a ampliação fornecida pela câmera. Algumas câmeras possuem tanto zoom óptico como digital, fique atento a isso. Zoom de verdade é o óptico.

Bem vindo(a) ao mundo dos “megapixels”, unidade abreviada como MP. Você certamente já ouviu falar nisso. Quanto maior, melhor, mas tem lá seus limites. Se você não pretende ampliar muito determinadas seções das imagens, uma câmera boa de uns 3 MP pode lhe satisfazer. Câmeras que oferecem mais megapixels capturam mais detalhes das imagens, por área quadrada; são ótimas para tirar fotos grandes (para impressão em alta resolução), além de pegarem mais detalhes da imagem (pessoas na janela de um prédio, por exemplo, ao aproximar – ampliar – a imagem). O resultado é uma imagem maior, em largura e altura, e em área, conseqüentemente. Celulares populares com câmera normalmente têm câmera VGA, fornecendo a resolução máxima de 640x480 pixels (ou 0,3 MP). A imagem é pequena e captura poucos detalhes do ambiente; se você tentar ampliá-la ou imprimi-la num tamanho razoável, como 10x15cm, por exemplo, sentirá que a imagem ficou ruim. Uma câmera com uns 3 MP gera imagens boas normalmente para ampliação até uma folha A4 mais ou menos, mas ainda assim depende de o objeto desejado estar ocupando a maior área possível. Sem contar que, em algumas situações, o valor real de megapixels pode ser considerado mais baixo, dependendo da luminosidade, ajustes e do ambiente em si. Com mais megapixels, você pode tirar fotos mais à vontade, sem se preocupar tanto com o zoom ou de se aproximar do objeto. Mesmo que ele fique no centro da foto, distante, você poderá recortá-lo e ainda assim obter uma imagem com qualidade num tamanho agradável. Hoje são comuns câmeras de 7 MP, chegando aos 10 ou um pouco mais do que isso. Dados os benefícios e preços, é besteira comprar uma câmera com menos de 5 MP hoje em dia (exceto no caso de aparelhos de telefone celular com câmera, onde o preço por megapixel ainda é muito alto). E mesmo assim, os aparelhos com câmera acopladas são para situações mais rápidas. Apesar de alguns tirarem ótimas fotos, você consegue resultados melhores e/ou pelo menos mais personalizáveis, apenas com câmeras mesmo.

Algumas câmeras oferecem uma quantidade maior de megapixels por interpolação (junção de cores próximas para formar novos pixels). Evite usar esse modo, ele geralmente não é o padrão nas câmeras que possuem o recurso, mas pode ser escolhido caso o usuário queira. O resultado é uma foto maior, como se fosse ampliada por um programa de computador, sem a mesma qualidade de uma foto com a mesma resolução real numérica.

Normalmente a quantidade de MP suportada pela câmera é o único fator que leva as pessoas a considerarem a câmera como “boa” ou “ruim”. Não é por aí. Você deve levar em consideração várias outras coisas, como a possibilidade do modo automático ou manual, flash embutido, dar preferência a zoom óptico, entre outras coisas, como armazenamento e alimentação (fonte de energia, de preferência algo fácil de recarregar ou encontrado em qualquer lugar, como as pilhas AA ou AAA).

A maioria das câmeras compactas fazem boas fotos na maioria das situações, usando um modo automático, onde um sensor na câmera detecta a iluminação do ambiente e cuida de ajustar os parâmetros “pensando” numa melhor imagem. Mas em várias situações, pode ser interessante querer ajustar alguns parâmetros manualmente, como o tempo de exposição da lente, especialmente para fotos noturnas ou em movimento. Vale conferir se a câmera possui apenas o modo automático, ou se ela permite definir ajustes manualmente também. A maioria das câmeras, mesmo as mais baratas, permitem configurações pré-selecionadas, como para fotos noturnas, em dias nublados, ensolarados, ou com pouca iluminação - etc.

Um outro recurso que vale observar é o estabilizador de imagem. Assim como o zoom, ele pode ser óptico (físico, feito pela lente) ou digital. Ele separa várias imagens, e faz uma mesclagem delas, para formar a foto – visando corrigir tremedeiras, afinal é comum tirar fotos tremidas. O estabilizador digital muitas vezes reduz a qualidade da imagem, é bom tomar cuidado ao usar esse recurso. Concentre-se, respire fundo, evite tremer. Se for o caso, use um tripé, ou apóie a câmera em algum lugar em que ela não se mova. O maior problema ao tremer se percebe com fotos noturnas ou em ambientes com pouca luz, onde o obturador fica aberto por mais tempo, justamente para aproveitar “mais luz”, já que o ambiente está escuro. Isso causa a impressão de um “filme” com as cenas sobrepostas, sendo comum também em cenas de movimentos. Veja uma foto tremida, no escuro, como ficaria:


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Totalmente perdida :p (repare nas luzes, o que acontece, no canto superior esquerdo; além de estar sem flash!)

Algumas vezes é possível aumentar o tempo do obturador (aumentando o valor E.V. da câmera) para obter efeitos desejados também, como em um carro em movimento, por exemplo, para que as laterais saiam tremidas, dando um “efeito” agradável na imagem sem precisar usar um programa no computador. Você conseguirá fazer isso satisfatoriamente só com a prática.

O ISO é uma grandeza muito importante também para a qualidade da foto. Ele determina a quantidade de luz necessária para tirar a foto, influenciando diretamente na luminosidade da imagem (mais clara ou mais escura), afetando diretamente a qualidade – e sim, como talvez você tenha pensado (pelo nome), os valores são padronizados pela ISO, International Organization for Standardization. Quando aplicado incorretamente, tende a gerar fotos com “chuviscados” ou muito brancas, por exemplo, misturando o horizonte com o céu. Quanto maior o ISO, mais sensível será a iluminação, precisando de menos luz para realizar a imagem, permitindo tirar melhores fotos no escuro, e à noite (também combinado com o ajuste de E.V.). O ISO pode ser configurado manualmente em câmeras mais profissionais, e nas amadoras e de uso geral normalmente ele é definido pela câmera automaticamente. Algumas estabelecem alguns valores para escolha, como 100, 200, 400 ou 800, por exemplo. Em ambientes com muita luz, use o menor ISO possível – isso inclui dias ensolarados. Caso contrário, as cores claras ficarão muito, mas muito claras, estragando a foto. Veja uma que tirei num dia ensolarado, com ISO 400:


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Repare que a lateral do ônibus ficou com cores irreais, e há um “chuviscado” na imagem, perdendo muitos detalhes – o que numa foto de 5 MP, nessa distância, não deveria acontecer. E o ponto pior, o cruzamento do horizonte com o céu, que se misturam: mal se pode ver o prédio ao meio, parecendo uma torre, pois se confunde com o céu. Se essa foto fosse tirada com um ISO menor, ou mesmo com o ISO automático fornecido pela câmera, o resultado seria bem diferente.

Para dias nublados, ou locais internos com uma iluminação não muito boa, o ISO 200 ou 400 pode ser melhor. Em fotos noturnas, com muito pouca iluminação, use um valor maior para o ISO, e não se esqueça de tomar cuidado em manter a câmera fixa, sem tremores. Tirar fotos de objetos em movimento à noite é uma tarefa árdua, e boa parte das câmeras populares não conseguem fazer isso nem com reza brava. Se você precisar de algo assim, deverá procurar uma câmera mais profissional, com melhores estabilizadores de imagens e possibilidade de uso de um valor ISO mais alto. Isso é fácil de se perceber em baladas, festas em geral ou para fotos de automóveis em movimento à noite. Algumas vezes as fotos saem boas, por algumas características especiais em conjunto (luzes, iluminação do objeto a ser fotografado, etc) ou por “sorte” mesmo :p

Em fotos noturnas, é essencial ficar atento à exposição, ao valor do ISO aplicado. Algumas máquinas têm um modo de fotos noturnas, quase sempre esse modo ajuda bastante – deixando tanto objetos próximos como distantes, registrados com poucos erros. O pior em fotos noturnas é a tremedeira natural do ser humano – e com o ISO mais alto, o tempo de exposição é maior, transformando os objetos em movimento num feixe de luz (seja movimento próprio como no caso de automóveis, pessoas, etc, ou movimentos devido as tremedeiras do fotógrafo), como mostrei na imagem mais acima – a da praia. Uma dica é respirar fundo, segurar a respiração e bater a foto – você fica mais estável. Não se esqueça de usar tripé também (algumas câmeras acompanham um tripé pequenininho, dá para apoiar em alguma superfície plana estável).

O flash também é importante, claro – mas tem um alcance em geral muito curto, de 1, 2 a uns 5 metros. Em fotos noturnas, só o utilize mesmo para fotografar coisas próximas, como pessoas ou detalhes de objetos perto de você. Se a foto ficar muito clara com o flash (ou toda branca), experimente diminuir o valor do ISO – mesmo estando escuro em volta, a foto será capturada com a luz do flash, vale tentar uma combinação agradável. Para fotografar ambientes, é bom ter iluminação própria (leia-se: não o flash da câmera) e “espalhada” em alguns pontos, caso contrário não se verá praticamente nada. E o óbvio, mas que muita gente esquece ou faz sem pensar: se o que você quer fotografar está longe, esqueça o flash! Em shows, por exemplo. Bater foto com flash só vai pegar as cabeças de pessoas próximas, até tirando o destaque do que você realmente quer – o palco. A maioria das câmeras têm pelo menos 3 modos de flash: automático, desativado e forçado. O automático nem sempre é o ideal, por exemplo ao tirar uma foto de alguém contra o sol. A claridade do sol ofuscará o rosto da pessoa, e o flash não será disparado se estiver no automático, devido à claridade detectada pela câmera. Neste caso, use o flash forçado, para que ele ilumine a face da pessoa (ou o objeto a ser fotografado), mesmo com a luz forte do sol atrás. Algumas outras têm redutor de olhos vermelhos, que geralmente consistem em bater duas vezes o flash, bem rapidamente, e tirar a foto somente na segunda batida. Isso evita que as veias oculares apareçam “despreparadas”, reduzindo ou até mesmo eliminando os “olhos vermelhos”, efeito comum de se perceber em fotos à noite ou em ambientes com pouca luz em geral. Além dos modos automático, forçado e desativado (para o flash), algumas câmeras têm diferentes níveis de intensidade da luz (flash mais forte ou mais fraco). Não confunda esses níveis com os modos de uso ou não do flash.

Outras medidas importantes independem das câmeras, e são intuitivas demais até, mas vale a pena comentar. Para fotografar rostos de crianças, abaixe-se, fique em nível com elas. Fica uma foto mais natural. E claro, sempre: tome muito cuidado com o fundo. Uma foto com um fundo comprometedor ou “zuado” estraga a foto. Centralize a pessoa, use o zoom se necessário (se for zoom digital, prefira não utilizá-lo; chegue mais perto neste caso, ou prefira uma câmera que ofereça uma resolução maior em megapixels).

Quanto aos formatos de arquivos... A maioria das câmeras populares salvam as imagens obtidas em JPEG, permitindo escolher a qualidade entre ótima, boa e baixa (leia-se “ruim”). Essa qualidade normalmente se refere ao nível de compressão JPEG, utilizado na geração da imagem, e quase sempre é representado na câmera por estrelinhas (3 estrelinhas geralmente quer dizer alta qualidade). As fotos em alta qualidade ocupam mais espaço, mas são, como era de se esperar, melhores. Mesmo estando em “alta qualidade”, raramente as câmeras usam o nível 100 do JPEG, geralmente salvando no nível 90 e pouco. Algumas câmeras profissionais salvam em outros formatos, como TIFF ou RAW, evitando perda de qualidade com a compressão JPEG – mas gerando arquivos bem maiores. A quantidade de fotos que cabem na memória da câmera ou cartão é muito variável, dependendo da resolução (tamanho da imagem em pontos), qualidade, e dos detalhes das imagens em si – um arquivo de uma foto com predominância de uma só cor, tende a ser mais leve do que o de uma foto com mais elementos. Uma foto em resolução de 5 MP com alta qualidade ocupa, em média, de 1 a 1,5 MB.

Algumas câmeras possuem compatibilidade com o modo picture-bridge, permitindo imprimir as fotos diretamente a partir da câmera, conectando-a numa impressora com entrada própria para isso (geralmente USB). Se você gosta de praticidade e quer algo mais independente de computador, pode optar por câmeras com esse recurso. Mas sempre é bom passar as fotos para um computador e guardar em CDs ou DVDs. A foto impressa não poderá ser reproduzida com qualidade posteriormente, caso você deseje mais “exemplares”. Guarde o arquivo, que seria o correspondente ao “negativo”, utilizado pelas câmeras analógicas. Ah, e saiba que em geral é errado falar “revelar” fotos digitais, afinal elas já estão prontas e com as cores definidas diretamente nos arquivos. As fotos analógicas trabalham de forma diferente, onde o material do filme precisa passar por processos químicos, até que se obtenha um resultado visível com qualidade para o olho humano. O termo mais correto seria mesmo “imprimir” as fotos, mesmo que em papel fotográfico tradicional. Hoje em dia custa cerca de R$ 0,50 por foto 10x15cm, para quem não gosta de álbuns virtuais ou quer “pegar” nas fotos, pode valer a pena manter cópias impressas também :)

Dependendo do tamanho do arquivo e da resolução, a gravação da foto pode ser lenta. Isso toma mais tempo entre uma foto e outra. Essa é uma desvantagem grave das câmeras digitais, perto das suas antepassadas analógicas. É bom usar cartões de memória de marcas renomadas, com alta velocidade de escrita (aproveitando a dica, prefira câmeras compatíveis com USB 2.0, para passar as fotos para o PC mais rapidamente também). Além do tempo de gravação, tem o tempo de processamento da câmera, que se assemelha a um computador. As câmeras têm processador de dados também, para tratar a imagem e salvá-la na memória. Em algumas marcas, especialmente de baixo custo, esses processadores podem ser mais lentos, tomando mais tempo para liberar a câmera para uma nova foto. Às vezes são um, dois segundos, três, que seja – é um tempo que atrapalha e pode fazer você perder algumas imagens, dependendo da situação. Isso você deve verificar na hora de comprar a câmera, afinal não é um defeito, vem a ser uma característica. Algumas câmeras têm disparos seqüenciais, onde tiram duas ou três fotos “seguidas”. Pode ser interessante usar esse modo também, se você precisar de fotos de algum objeto em movimento, por exemplo. Nem é preciso falar também que o tempo necessário para produzir a foto será maior em fotos com ISO mais alto, onde o obturador deverá ficar mais tempo aberto, para capturar mais luz.

Ajustes no computador

Algumas câmeras possuem “efeitos” que podem ser aplicados, tais como sépia (simulação de fotos antigas, amareladas), preto e branco, e ajustes de brilho/contraste/níveis de cores. Não é bom usar os recursos das câmeras, a menos que você não saiba manusear minimamente um software de edição de imagens para PC. Digo que não é bom usar os recursos das câmeras apenas para que você tenha a foto “original”. Com ela, você poderá modificar e aplicar efeitos posteriormente, tendo uma gama maior de opções. Se você tirar uma foto no modo preto e branco, por exemplo, nunca conseguirá tê-la colorida como a original; já tirando “normal”, você poderá tê-la em preto e branco com qualidade, mantendo a normal colorida :)

Há muitos softwares no mercado para edição de imagens. O popular Photoshop é profissional, até relativamente difícil de se aprender a mexer com perfeição. Para recursos básicos, alguns programas gratuitos dão conta do recado, como o Paint .NET (para Windows) ou GIMP (tanto para Linux como para Windows). Há ainda programas voltados a usuários leigos ou “comuns”, chamados de gerenciadores de imagens. Um dos mais fáceis de usar – e gratuito – é o Picasa, do Google. Ajuste de brilho, saturação, contraste, olhos vermelhos, balanço de branco, rotação e uma série de outras coisas podem ser feitas em poucos cliques com ele:


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Além disso, programas como esses possuem modos “automáticos” de correção, que quase sempre ajudam bastante. Mas dependendo da qualidade da foto tirada, não há muito milagre a ser feito, especialmente no caso de fotos noturnas ou tiradas com um ISO inadequado. No caso do Picasa, o modo “automático” pode ser conseguido com o botão “Estou com sorte”.

Bons ajustes manuais estão nos níveis de cores, além do equilíbrio de branco – que pode tornar as fotos mais amareladas ou azuladas, ou então reduzir as tendências a essas cores, automaticamente aumentando a tendência de outras. Alguns programas possuem ajustes automáticos de níveis das cores, ajustando automaticamente os níveis RGB (reg, green, blue; verde, vermelho e azul). Quase sempre eles dão uma boa melhora na imagem – mas você também pode ajustar valores independentes para as cores vermelho, verde e azul. Uma imagem um pouco escura ou com cores distorcidas pode ser facilmente corrigida ao aplicar o ajuste de níveis de cores. Você encontra esses ajustes normalmente nos menus “Filtros” ou “Correções”, de programas como Phoshop, Fireworks, GIMP, etc. Editores básicos muitas vezes não possuem esse tipo de ajuste.

Apesar de ser comum o uso de RGB no computador, na hora de ser impressa, normalmente as imagens são convertidas em CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black), sistema de cores mais usado para impressão. Isso pode fazer com que algumas cores não saiam exatamente como você via na tela. Em alguns programas, você pode converter a imagem para cores CMYK, obtendo uma maior fidelidade nas cores exibidas e as correspondentes que serão impressas – mas dominar isso já é algo mais avançado. Algumas imagens não precisam de ajustes para serem impressas, mas é bom retocar fotos apagadas, com cores foscas (especialmente ajustando os níveis de cores), para que fiquem mais brilhantes e com as cores mais consistentes. Quase sempre, aplicar o ajuste automático de níveis de cores, reduz o problema de fotos foscas ou sem brilho. Em fotos muito claras, diminuir um pouco o brilho via software também ajuda.

Alguns serviços de impressão aplicam alguns ajustes automaticamente, inclusive mesmo que você não peça, visando obter melhores imagens. Tenha em mente que imprimir imagens é muito diferente de imprimir textos. Impressoras caseiras quase nunca oferecem boa qualidade de impressão, além da questão do tipo de papel utilizado e quantidade de tinta – fora o preço da tinta, claro. Geralmente vale mais a pena mandar imprimir em serviços de revelação, afinal quem quer se manter no mercado, hoje fornece impressão de fotos digitais em papel fotográfico convencional.

Algumas palavras para finalizar: experimente! Explore. Teste. Não desista. Faça inúmeros testes, em diferentes configurações e situações, até se acostumar com sua câmera. Você estará mais preparado(a) para tirar melhores fotos, evitando desperdiçar momentos especiais da sua vida que nunca mais voltarão.

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