As áreas de design, arte e fotografia têm muitas regras em comum. Talvez pela característica encontrada em todas: a percepção de estética e a nossa reação à ela.
Regras são feitas para serem seguidas – e quebradas
Não são “regras” que alguém simplesmente inventou, são regras que existem para que quem está vendo a peça consiga entender o que o designer/artista quer passar, e de uma forma agradável.
Pois bem, vou tratar de uma regra super-falada, mas que nunca custa frisar pois é bem importante. Ela é usada desde a época quando fotografias não exisitiam (pois é, houve uma época assim) e quem retratava em telas a realidade eram os pintores.
Além do indivíduo que vê a foto conseguir viajar o olhar do jeito que o fotógrafo previu, essa viagem é muito mais agradável quando utilizamos as regras certas ao criar nossas composições – seja uma foto, uma pintura ou um cartaz.
Regra dos terços – um resumo
Não é necessária muita explicação para entender essa regra: pegue a sua imagem e desenhe mentalmente um “jogo da velha” nela. Os pontos importantes da sua foto devem ficar em alguma das 4 convergências dessas linhas recém-desenhadas. Se existirem linhas na imagem, dê preferência em posicioná-las junto às linhas do jogo da velha.
O mais importante da sua foto fica nessas bolinhas vermelhas.
Usando as convergências – às vezes é simples
Aí que tá o segredo: cada foto tem sua particularidade e nem sempre é fácil definir o que vai nas bolinhas.
Às vezes é fácil. Neste exemplo obviamente eu queria o passarinho como centro das atenções. Coloquei ele nas bolinhas e voilá: não é uma obra de arte, mas tem uma boa composição – modéstia a parte. ^_~
Imagens mais complexas
Essa foto do Museu Oscar Niemeyer (o “queridinho” dos fotógrafos de Curitiba) pode até parecer que não tem nada de mais…
…mas se olharmos mais “de perto”, veremos a regra dos terços em várias instâncias.
1. O exato centro do cone do meio encontra-se com a borda do cone que está em primeiro plano neste ponto, onde há uma convergência.
2. Os dois cones em segundo plano ocupam o lugar da linha que divide a foto em três horizontalmente.
3. O fim do cone em primeiro plano acontece bem na linha que divide a foto em três verticalmente.
4. Um pequeno detalhe que achei que deixou tudo mais interessante: essa borda que divide um dos 9 quadros da foto diagonalmente.
Eu diria que é brilhante se a foto não fosse minha… rs…
Horizontes
Às vezes, como em uma foto de paisagem, você vai se concentrar nas próprias linhas do terço. É mais simples do que você imagina: não centralize o horizonte. Não centralize a árvore. Não centralize o monumento. Não centralize as linhas.
Se o céu está mais interessante, deixe ele em evidência colocando a linha do horizonte no terço inferior.
Se o céu não tem nada demais e você quer dar destaque para o que está abaixo dele, coloque a linha do horizonte posicionada no terço superior. Foto cedida pelo amigo e colega de trabalho André Beltrame.
Quebre essa e outras regras de vez em quando
Pela-mor-de-Deus gente. Estou frisando a regra dos terços que tem como mote a “não centralização” dos pontos de interesse na imagem, mas existem outras regras, e temos que usar o bom senso e a experiência para juntá-las e criar a composição mais harmoniosa possível.
Nesta foto dá para ver também, claramente, o princípio da simetria. E sim, a foto está centralizada verticalmente. O segredo é não só saber a regra, mas também quando utilizá-la.
Apesar da foto estar centralizada verticalmente encontramos o fim da escada na linha do terço inferior, as luminárias nas convergências superiores e os olhos da estátua na linha do terço superior.
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