sexta-feira, 26 de junho de 2009

O guia definitivo da Regra dos Terços na fotografia

As áreas de design, arte e fotografia têm muitas regras em comum. Talvez pela característica encontrada em todas: a percepção de estética e a nossa reação à ela.

Regras são feitas para serem seguidas – e quebradas

Não são “regras” que alguém simplesmente inventou, são regras que existem para que quem está vendo a peça consiga entender o que o designer/artista quer passar, e de uma forma agradável.

Pois bem, vou tratar de uma regra super-falada, mas que nunca custa frisar pois é bem importante. Ela é usada desde a época quando fotografias não exisitiam (pois é, houve uma época assim) e quem retratava em telas a realidade eram os pintores.

Além do indivíduo que vê a foto conseguir viajar o olhar do jeito que o fotógrafo previu, essa viagem é muito mais agradável quando utilizamos as regras certas ao criar nossas composições – seja uma foto, uma pintura ou um cartaz.

Regra dos terços – um resumo

Não é necessária muita explicação para entender essa regra: pegue a sua imagem e desenhe mentalmente um “jogo da velha” nela. Os pontos importantes da sua foto devem ficar em alguma das 4 convergências dessas linhas recém-desenhadas. Se existirem linhas na imagem, dê preferência em posicioná-las junto às linhas do jogo da velha.

Regra dos terços

O mais importante da sua foto fica nessas bolinhas vermelhas.

Usando as convergências – às vezes é simples

Aí que tá o segredo: cada foto tem sua particularidade e nem sempre é fácil definir o que vai nas bolinhas.

Regra dos terços

Às vezes é fácil. Neste exemplo obviamente eu queria o passarinho como centro das atenções. Coloquei ele nas bolinhas e voilá: não é uma obra de arte, mas tem uma boa composição – modéstia a parte. ^_~

Imagens mais complexas

Essa foto do Museu Oscar Niemeyer (o “queridinho” dos fotógrafos de Curitiba) pode até parecer que não tem nada de mais…

Cones - Museu Oscar Niemeyer

…mas se olharmos mais “de perto”, veremos a regra dos terços em várias instâncias.

Cones - Museu Oscar Niemeyer - Usando a regra dos terços

1. O exato centro do cone do meio encontra-se com a borda do cone que está em primeiro plano neste ponto, onde há uma convergência.

2. Os dois cones em segundo plano ocupam o lugar da linha que divide a foto em três horizontalmente.

3. O fim do cone em primeiro plano acontece bem na linha que divide a foto em três verticalmente.

4. Um pequeno detalhe que achei que deixou tudo mais interessante: essa borda que divide um dos 9 quadros da foto diagonalmente.

Eu diria que é brilhante se a foto não fosse minha… rs…

Horizontes

Às vezes, como em uma foto de paisagem, você vai se concentrar nas próprias linhas do terço. É mais simples do que você imagina: não centralize o horizonte. Não centralize a árvore. Não centralize o monumento. Não centralize as linhas.

Fotos clássicas de horizonte

Se o céu está mais interessante, deixe ele em evidência colocando a linha do horizonte no terço inferior.

Foto por André Beltrame

Se o céu não tem nada demais e você quer dar destaque para o que está abaixo dele, coloque a linha do horizonte posicionada no terço superior. Foto cedida pelo amigo e colega de trabalho André Beltrame.

Quebre essa e outras regras de vez em quando

Pela-mor-de-Deus gente. Estou frisando a regra dos terços que tem como mote a “não centralização” dos pontos de interesse na imagem, mas existem outras regras, e temos que usar o bom senso e a experiência para juntá-las e criar a composição mais harmoniosa possível.

Teatro Municipal

Nesta foto dá para ver também, claramente, o princípio da simetria. E sim, a foto está centralizada verticalmente. O segredo é não só saber a regra, mas também quando utilizá-la.

Teatro Municipal - Aplicando a regra dos terços e o princípio da simetria

Apesar da foto estar centralizada verticalmente encontramos o fim da escada na linha do terço inferior, as luminárias nas convergências superiores e os olhos da estátua na linha do terço superior.

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